O governo dos Estados Unidos advertiu o Equador nesta
quinta-feira de que haverá "graves dificuldades" nas relações
bilaterais, se Quito conceder asilo ao ex-analista de inteligência
foragido Edward Snowden. A reação ocorre em meio à uma crescente crise
entre as duas nações depois que o país de Rafael Correa cogita abrir
caminho para asilo a Snowden.
"O que não seria bom é que eles concedessem asilo a
Snowden. Isso implicará graves dificuldades para nossas relações
bilaterais", disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado,
Patrick Ventrell. "Se derem esse passo, isso terá repercussões muito
negativas", acrescentou.
Mais cedo, Quito subiu o tom da discussão, classificando
de "instrumento de chantagem" um acordo tarifário com Washington, do
qual o Equador pretende se retirar de maneira "unilateral e
irrevogável". Esse acordo expira em 31 de julho.
Ventrell afirmou que esse tratado de preferências
tarifárias, que cobre exportações-chave do Equador, como rosas frescas,
frutas, vegetais e atum, foi aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos,
e que Quito não pode se retirar unilateralmente. "Na realidade, não
podem suspendê-lo. É uma preferência unilateral concedida pelo Congresso
americano", insistiu, negando enfaticamente a acusação de "chantagem".
"Gostaríamos que o governo (do Equador) se preocupasse com a
prosperidade econômica do seu povo, mas isso é algo que as pessoas devem
decidir", completou Ventrell.
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse hoje que
não tem a intenção de romper relações comerciais com nenhum país e
acrescentou que a situação de Snowden é "complexa".
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