A ocupação na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte
(MG) entrou no segundo dia neste domingo. Cerca de 300 pessoas seguem na
Casa protestando contra a redução da tarifa do transporte público. Em
sessão realizada ontem, os vereadores aprovaram a diminuição de apenas
R$ 0,05.
Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos
Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas em todo o País
Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas em todo o País
De acordo com a Polícia Militar, a ocupação é pacífica.
Não foram registrados incidentes. Um fogão e um piano foram levados pelo
grupo para a Câmara. Os manifestantes reivindicam que o prefeito Marcio
Lacerda (PSB) os receba e discuta a revogação do aumento do preço da
passagem do final do ano passado. A decisão se a ocupação continuará
será tomada nesta tarde.
Ontem, durante a sessão, houve tumulto entre
manifestantes presentes à votação e a guarda municipal em função da
rejeição de duas emendas, propostas pelo PT, que pediam o repasse
integral das isenções federais das taxas do PIS/COFINS para o valor da
passagem e a publicação da planilha de custos das empresas de ônibus no
site da prefeitura.
Durante a confusão, alguns manifestantes atiraram tinta
vermelhas nos guardas e desenharam corações nos seus escudos. No
confronto, uma vidraça da Câmara foi quebrada e policiais usaram spray
de pimenta.
Com a redução de cinco centavos aprovada ontem, a
passagem da capital mineira passa de de R$ 2,80 para 2,75 a partir da
próxima semana, quando a medida entra em vigor. Estima-se que o impacto
no orçamento da prefeitura seja entre R$ 20 milhões a 25 milhões. Um
outro projeto em tramitação na Câmara prevê uma nova reduçãohttp://www.blogger.com/blogger.g?blogID=1171734352387847252#editor/target=post;postID=6968853423277812910 de R$ 0,05.
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A
mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril,
milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para
protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O
grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para
todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que
foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos.
Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já
inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa
do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos
em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A
onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de
questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um
movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do
regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é
um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff
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