domingo, 30 de junho de 2013

Ocupação na Câmara de BH entra no 2º dia; manifestantes levam fogão e piano


 
Cerca de 300 pessoas ocupam a Câmara de Vereadores de Belo Horizonte em protesto para a redução da tarifa do transporte público
Foto: Daniel Protzner / O Tempo / Futura Press

A ocupação na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte (MG) entrou no segundo dia neste domingo. Cerca de 300 pessoas seguem na Casa protestando contra a redução da tarifa do transporte público. Em sessão realizada ontem, os vereadores aprovaram a diminuição de apenas R$ 0,05.


De acordo com a Polícia Militar, a ocupação é pacífica. Não foram registrados incidentes. Um fogão e um piano foram levados pelo grupo para a Câmara. Os manifestantes reivindicam que o prefeito Marcio Lacerda (PSB) os receba e discuta a revogação do aumento do preço da passagem do final do ano passado. A decisão se a ocupação continuará será tomada nesta tarde.



Ontem, durante a sessão, houve tumulto entre manifestantes presentes à votação e a guarda municipal em função da rejeição de duas emendas, propostas pelo PT, que pediam o repasse integral das isenções federais das taxas do PIS/COFINS para o valor da passagem e a publicação da planilha de custos das empresas de ônibus no site da prefeitura.

Durante a confusão, alguns manifestantes atiraram tinta vermelhas nos guardas e desenharam corações nos seus escudos. No confronto, uma vidraça da Câmara foi quebrada e policiais usaram spray de pimenta.

Com a redução de cinco centavos aprovada ontem, a passagem da capital mineira passa de de R$ 2,80 para 2,75 a partir da próxima semana, quando a medida entra em vigor. Estima-se que o impacto no orçamento da prefeitura seja entre R$ 20 milhões a 25 milhões. Um outro projeto em tramitação na Câmara prevê uma nova reduçãohttp://www.blogger.com/blogger.g?blogID=1171734352387847252#editor/target=post;postID=6968853423277812910 de R$ 0,05.

Protestos criticam a Copa e pedem melhores condições de vida pelo País


 
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff

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